Confesso, a primeira vez que tentei assistir um episódio,
do seriado “Chaves”, mudei de canal antes do primeiro intervalo comercial... Qualidade
de imagens ruins, péssimo áudio da versão brasileira, os atores fracos demais e
o humor muito infantil pro meu gosto. Sem contar que, pra mim, Diógenes de
Sinope era, até então, o único capitão da inteligência e do barril.
Depois disso, Chaves, nunca mais...
Ocorre que, por tempos, fui sendo bombardeado, através
das redes sociais, com os (perdão pelo trocadilho) chavões do ‘Chaves’: ‘não
contavam com minha astúcia’, ‘ninguém tem paciência comigo’, ‘sem querer
querendo’ e etc..
Ontem, além do “Black Friday”, jornais, redes sociais, tv’s,
noticiários, todos - sem exceção - falaram da morte de Roberto Bolaños fato que me
obrigou a pesquisar sua obra e seu legado... Confesso, encontrei uma obra
inteligentíssima, uma crítica social sutil, uma inocência sincera e um humor
inofensivo e contagiante.
Com meu necessário pedido de desculpas me penitencio e
confesso: passei batido – perdi a chance de assistir um mundo suave!
Diante do meu logro só me resta afirmar: Ai que burro, dá
zero pra mim!