![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAIfMH_BcUgfg8JQ_mudubmhXci8H59UHDybs-D8fLj7g_8jrsj3pkUll1RMS_yRFGtb6ZFN_0eNWdHmXyIorf4zPHT6k290nvKwkzPn4aGoH8CmgXmZsW61GxMPoJADrtc523OPulol8/s320/pezinho.jpg)
Ao chegar notamos apenas o vigilante nos aguardando. Ele pediu desculpas por ter ligado, mas
justificou, dizendo que um corpo estava sendo velado na sala um.
Estranhamos pois não vimos
ninguém, além do vigilante e da escuridão.
Restabelecemos a energia e percebemos uma senhora de meia idade, melancolicamente solitária naquela penumbra, com o corpo estático ao lado de um humilde caixão.
Entre lágrimas, ela, suavemente, passava a mão na testa do defunto e murmurava:
Restabelecemos a energia e percebemos uma senhora de meia idade, melancolicamente solitária naquela penumbra, com o corpo estático ao lado de um humilde caixão.
Entre lágrimas, ela, suavemente, passava a mão na testa do defunto e murmurava:
- Meu filho, por que fizeram
isso com você?
Naquela sala, além da mulher
e do seu filho morto, como testemunha, apenas Cristo crucificado, num pedestal de
ferro niquelado, sem flores nem ornatos à luz de preguiçosas velas.
Lembrei que no dia anterior,
um jovem havia sido assassinado por traficantes, a golpes de facão, na última rua da Vila São Luis.
O guarda ainda classificou o adolescente como “tranqueira”; sem deixar de exclamar:
O guarda ainda classificou o adolescente como “tranqueira”; sem deixar de exclamar:
- Foi uma limpeza, esse não
dará trabalho para mais ninguém!
Tenho certeza que essa
mulher jamais pensou em ter filho bandido; ainda que tenha falhado na sua
educação, mas isso não vem ao caso. As lágrimas que agora vertem é o retrato do
amor que classifico como: incondicional!
Diante da morte de
um filho qualquer mãe chora, mesmo que seja um amor bandido. Esse foi o filho
que ela conseguiu criar e amar.
Como qualquer mãe ela também
acordou várias madrugadas para fazer mamadeira para o filho. Tenho certeza que ela
correu para o médico quando o termômetro passou dos 38 graus. Acredito que ela,
também, guardava uma caixinha com remédios para eventualidades.
Não duvide que, em noites de
inverno, ela foi ao quarto do menino para cobri-lo. Ela, como todas as mães, também
pulou de alegria quando o filho engatinhou e andou pela primeira vez e, pela
primeira vez, pronunciou “mãeeeee”!
Nesse drama todo, só não me
perguntem do pai, sinceramente não sei!
Jamais duvide do amor de uma
mãe! As mães são presentes de Deus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário