Uma coisa bacana do domingo
de manhã é o cheiro do pão saindo do forno, na padaria em frente, além disso, o
açougue da esquina já encheu a “televisão de cachorro” com os indispensáveis
frangos recheados que, por sua vez, além dos infinitos giros de 360º, emanam outro
delicioso cheiro de fome.
Se os cheiros e recheios do
domingo são agradáveis não podemos dizer o mesmo dos “testemunhas de Jeová”, que,
madrugaram em pleno domingo pra arrebanhar e vender uns panfletos recheados,
não de farofa - mas, de salvação:
- Obrigado meu senhor, hoje
não, sou uma ovelha desgarrada e já tenho minha convicção espiritual!
Uma vez livre dos “Jeovás”
imaginei o domingo tranquilo: um barquinho navegando em águas calmas...
Puro engano!
Antes mesmo que o boteco
abrisse as portas já havia um sujeito com o boné virado pra trás, dentro do seu
impecável Escort 85, aguardando para beber a décima oitava cerveja da manhã,
curtindo os 98 decibéis de potencia de som, ouvindo um sertanejão universitário,
intercalado com a fala insuportável de um locutor de rodeios... Tão logo
comprou as cervejas (ainda bem!) se mandou cantando os pneus... Ainda deu pra
observar, no vidro traseiro, um adesivo do Corinthians com a mensagem:
“Fuiiiiii...”.
Quando meus tímpanos
respiraram aliviados, no mesmo local estacionou outro veículo, com as mesmas
características, interiores e exteriores, e mesma potencia de som, variando
apenas o gosto musical... No lugar do sertanejo universitário, o corintiano da
vez, ouvia funk-pancadão...
Música ruim tem a capacidade
de encalacrar no cérebro da gente, com isso, fiquei horas com aquele tuch...
tuch... tuch, na cabeça.
Pra fechar o domingo fui dormir
lembrando dos “versos” gritados pelo locutor de rodeio:
“- Morena casa comigo que
você não passa fome, de dia você come a cobra, à noite a cobra te come!”
Tem horas que é melhor ser surdo!
concordo com: tem horas que é melhor ser surdo!!
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