Esse questionamento é título
do filme de John Badham, e traz como ator principal, o espetacular, Richard
Dreyfuss. O drama conta a história de um escultor que, após acidente de
trânsito, torna-se tetraplégico. Deprimido e sem coordenação motora (restou-lhe somente a fala), o personagem
entra com ação na justiça requerendo o direito de morrer. Quando de seu
lançamento, no início dos anos 80, esse filme gerou intensa discussão sobre a
eutanásia e o direito de viver ou morrer.
Em 2007, acometido por um câncer
generalizado, meu pai, em estado terminal, entre gritos de dor e momentos de
lucidez, pesando trinta e poucos quilos, me confidenciou poucos dias antes de
sua morte: - “Eu não queria continuar
dando trabalho pra ninguém, mas não tenho forças sequer para abreviar o
sofrimento de todos que quero bem”! Uma semana depois Deus lhe concede a
necessária passagem para o paraíso!
Essa semana, o “direito de
morrer” voltou à pauta, em virtude do suicídio do ator Walmor Chagas. Um grande
artista, pessoa inteligentíssima, que transbordava simpatia e, mesmo com o
avançar da idade, jamais perdeu o jeito de galã. Antes de qualquer julgamento é
necessário atentarmos para a declaração da advogada da família: -“Walmor estava com a mobilidade reduzida,
diabetes, hipertensão. Ele sempre teve a saúde frágil, mas, de um ano para cá
piorou por causa da catarata. Ele era um leitor nato, adorava livros. A
impossibilidade de ler deixou-o depressivo e triste"!
A ação jurídica do
personagem de Dreyfuss, a afirmação do meu pai e o suicídio do ator Walmor
Chagas tiveram objetivos simétricos: Eles não queriam atrapalhar a vida das
pessoas; não queriam ser peso pra ninguém! Acreditaram que o fim da vida seria
a única solução possível.
Sem aprofundamentos, devido
ao meu flagrante analfabetismo com relação à mente humana, resta-me perguntar:
- Que conclusão tirar desses
fatos?
- Atitudes compreensíveis?
-Temos totais direitos sobre
nossa vida e nossa morte?
A advertência diante desses
fatos nos faz pensar que: estando com nossa saúde física e mental em dia e, com
a serenidade incrustada em nossas almas, jamais abortaremos a nossa tão
bem-aventurada vida - a “nossa” vida – o maior presente que recebemos de Deus!
É senhor João Neto: - "A mente humana tem razões que a própria razão desconhece!"
ResponderExcluirPaulo Carraro Neto