Sem lugar para ficar José
bateu à porta do irmão caçula, Hailton.
Vivendo, também, com dificuldades,
Hailton, que pela semelhante física com o MAIOR de todos, levava o apelido de
Cristo, nem hesitou: além da porta e da casa nos abriu seu grande coração, sem
perguntas nem questionamentos. Além disso, acredito que naquele dia tenho
aberto, também, sua grandiosa alma.
- Quem nos dias de hoje faria
um gesto de tamanha bondade?
- Existiria dinheiro para
pagar tal generosidade? Certamente não!
Não lembro quanto tempo
ficamos instalados na casa do “Airto”. A única certeza é que foram mais de três
meses. Três meses compartilhando o mesmo teto, a mesma comida e os mesmos sofrimentos,
além dos sonhos, sobre os colchões esparramados pela casa.
Lembro-me que em alguns
finais de tarde a gente se reunia, no fundo do quintal, debaixo de um enorme pé
de manga “bourbon” onde cantávamos, juntos: - “Não há, ó gente, oh não luar
como este do sertão...”
Quando íamos à missa, na Paróquia
Nossa Senhora de Guadalupe, na Vila Perino, a duas quadras da casa do “Airto”, o Padre Bernardino se via em maus lençóis pois tinha que mandar buscar cadeiras,
no salão paroquial, para acomodar nossa família (18), além dos demais fiéis.
Existem coisas na vida que
não se conquistam com valores monetários ou influências, mas sim, com valores
humanos de servidão e riqueza de espírito. Essa atitude foi uma delas!
Acredite: - Você foi muito
além que o nosso teto “Airto”! Foi o abrigo nos dias frios e o aconchego de
nossos corações naquele tempo complicado. Seu bom humor nos transmitia
confiança e nos alegrava também.
Gratidão! Palavra que jamais
deixaremos de dizer. Obrigado “Airto”, eternamente!
A sua benção, meu tio!
Continuaremos torcendo por
você Hailton Cristo – nosso Cristo – em todos os dias de sua e de nossas vidas.
Amém!
João, seu blog está de parabéns
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