O maior
Lula que conheci era valente, humilde e parceiro.
Na verdade o Lula era o nosso
lateral esquerdo dos tempos de União da Barra Funda.
Era valente porque não
fugia das divididas e não tinha medo de cara feia.
Era humilde porque tinha uma
vida financeira melhor que a nossa, tinha uma profissão definida, bem
remunerada (ceramista) e não tratava ninguém com desprezo.
Era parceiro porque,
se precisasse, podíamos contar com ele, sempre. O maior Lula que conheci
tinha nome de imperador romano – Júlio César – isso mesmo, Júlio César Acosta
Chimenes.
Lembro-me que, certa vez,
fomos disputar um torneio em Ribeirão do Sul, no final do jogo saiu uma briga
generalizada e, como estávamos em menor número, saímos na correria. Só o
Lula encarou! Ao vermos sua coragem voltamos para ajudá-lo. Tá certo que
levamos uma surra monstruosa, mas serviu de lição aquela atitude do nosso
Imperador. Mas não acabou aí! Como nossa Kombi teve todos os pneus furados ele voltou mais tarde com um caminhão, da cerâmica em que trabalhava, e levou-nos embora, todos.
Ele tinha um defeito grave: fazia muito sucesso com as “minas” e, consequentemente, para nós sobravam apenas as feias. Mas já o perdoamos por isso.
O Lula via em sua mãe, Dona
Lourdes, uma verdadeira santa (eu acho que era mesmo) e falava com muito
carinho dela.
Uma das últimas vezes que vi
o Lula ele estava arrasado. Contaram que brigou feio com um dos seus melhores
amigos - Wilson (Virsão). Para dizer a verdade ele deu uma coça federal no
cara. Aquilo o deixou extremamente triste a ponto de levá-lo a arrumar as malas
e se mandar para a capital paulista. Foi embora chateado por ter machucado um
grande amigo seu. Ficou com o coração ferido ao saber que feriu um amigo. Isso se chamava vergonha na cara!
Infelizmente soubemos dias
depois que o Lula foi atropelado numa avenida qualquer de São Paulo, vindo a
falecer.
Foi embora muito jovem o
Júlio César, acredito que foi chamado por Deus, para substituir algum anjo, lateral esquerdo, que tenha entrado com pedido de aposentadoria.
Ficou gravado para sempre,
na minha memória, os dizeres do santinho que me entregaram na sua missa de sétimo
dia: “Eu vou para Deus, mas não me esquecerei daqueles a quem amei
na terra”!
Eu tenho certeza de que não se esqueceu mesmo!
Descanse em paz meu lateral!
Simplesmente maravilhoso Neto.Outra vez receba meus sinceros agradecimento.
ResponderExcluirSimplesmente maravilhoso Neto.Outra vez receba meus sinceros agradecimento.
ResponderExcluirlinda homenagem ao nosso amigo ,irmao, LULA...(BRIGUENTO KI SÓ)
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