Quero que fique claro, foi
um dos meus ídolos nos anos 60/70.
Há tempos estou ensaiando escrever
sobre ele, ou, sobre sua atividade. Vou fazer isso agora, infelizmente, no dia
de sua partida.
Esse ídolo era TED BOY
MARINO; um dos “Reis do Ringue”!
Fui admirador e torcedor
desse lutador, defensor dos fracos e exterminador da maldade. Um herói que
apanhava a luta inteira para, no final, aplicar derrotas humilhantes aos
adversários. Quando parecia derrotado tirava forças, não sei de onde, para aniquilar seus oponentes.
Tempo das vitórias triunfais
– memoráveis! Suas “tesouras voadoras” pareciam
efeitos especiais. Seus movimentos eram improváveis (a lá Matrix) e indefensáveis - levavam um quê de divindade. Não tinha medo dos mal-encarados e traiçoeiros: Rasputin, Verdugo, Mongol, Barba Negra.
Pensam que não forramos o chão com palha de arroz para imitar suas voadoras? Na verdade, Ted Boy era
aquilo que queríamos ser: vencedores!
Passados os anos, e
crescido, entendi que as lutas eram verdadeiras “marmeladas” e o sangue que
vertia no rosto dos lutadores era lavável com água e sabão – pura groselha.
Permissivo, me deixei
enganar pelas farsas dos combates. Na verdade aquilo era um show - um espetáculo!
Com a morte desse rapaz, já setentão, reflito e concluo que me fez muito bem aquela inocente "marmelada".
A luta contra o mal nunca poderá cessar e jamais poderemos abrir mão de nossa capacidade de reação, esse foi o legado do "telecatch" e, também, do Ted Boy. Se cairmos mil vezes que levantemos mil e uma!
A luta contra o mal nunca poderá cessar e jamais poderemos abrir mão de nossa capacidade de reação, esse foi o legado do "telecatch" e, também, do Ted Boy. Se cairmos mil vezes que levantemos mil e uma!
No ringue, e na vida, dificilmente
teremos outro Ted Boy para nos servir de referência. Que perdure, pelo menos, seu exemplo de valentia.
Sua gana por vitórias foi um dos
esteios da minha infância Ted Boy. Meu espelho teimou em refletir somente sua imortalidade.
O "telecatch" perdeu seu maior personagem e eu
perdi um pouco das minhas ilusões infantis. Perdi um pouco de mim!