Comprei o DVD do filme “O
Palhaço”. Havia lido, em algum periódico, que os atores principais eram: Selton
Mello e Paulo José.
- Orra meu! Selton Mello e
Paulo José? Pode embrulhar, vou levar!
A fonte
principal da trama é o drama enfrentado pelos donos de um circo, convivendo e
sobrevivendo, com míseros trocados de uma plateia minguada e não menos
miserável. Políticos desatualizados, e oportunistas, tentando aparecer mais que
o próprio espetáculo, também.
O nome do circo, "Esperança", nos remete à uma profunda reflexão.
Os autores, não se
esqueceram de registrar o penoso nomadismo do mundo circense e, principalmente, sua
decadência. A direção foi do próprio Selton - impecável!
O palhaço, de “O Palhaço”,
se mostra melancolicamente triste e depressivo, talvez, vendo o circo sucateado
ruir feito a, também, sucateada frota de veículos e decadentes estrelas da Companhia.
Outro agravante é a falta de recursos e documentos pessoais para aquisição de um simples ventilador que, na estória, é tratado como algo a ser conquistado.
Outro agravante é a falta de recursos e documentos pessoais para aquisição de um simples ventilador que, na estória, é tratado como algo a ser conquistado.
O cenário, além do circo,
são os canaviais de Minas Gerais e seus interiores. Não houve engano, não! Eu
disse canaviais de Minas Gerais. Lembram-se da República do Café com Leite do
século passado? Pois é, Minas e seus rebanhos leiteiros, também, viraram cana
de açúcar ou cana de álcool, assim como, os cafezais paulistas.
Comprei Selton Mello e Paulo
José e, acabei por levar junto, a triste e nua desintegração do mundo do “Respeitável
Público” e, ainda, recebi de troco o grande Moacir Franco, na pele de um
delegado corrupto.
O gato bebe leite, o rato
come queijo. O palhaço, dentro de instantes, só em sites de pesquisa.
O circo acabou - o sonho acabou!
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