Ataulfo Alves em “Meus
Tempos de Criança” cantava a saudade da professorinha que lhe ensinou o
beabá, no pequeno município de Miraí, em Minas Gerais, e afirmava no final da
canção que era feliz e não sabia.
Sugestionado, pesquisei e
descobri que minha primeira professora, Maria Helena Perin de Britto, ainda morava
na cidade onde nasci - Santa Cruz do Rio Pardo, na mesma Santa Cruz do Grupo
Escolar Maria Joaquina do Espírito Santo.
E segui com a Flávia sentido
Santa Cruz, não para desenterrar pretéritos, mas para visitar aquela que domou
minhas mãos desde os primeiros trêmulos traços até a primeira frase lógica, rabiscada a grafite, no caderno de caligrafia.
Chegamos ao casarão, onde atualmente
reside a professora Maria Helena, logo após o almoço; fazia um sol gostoso, desses sóis de final de inverno, anunciadores da primavera. O mesmo casarão
onde nasceu o indigenista Orlando Villas Bôas, mas a história do casarão pouco
importava naquele momento.
Quem nos recepcionou foi uma
cadelinha poodle que abanava o rabinho sem parar, em sinal de boas vindas, e pelo também professor José Messias de Britto, um simpático senhor de fartos
cabelos brancos, o mesmo José Messias que, nos idos de 67, esperava minha professora na frente do
grupo escolar, conduzindo um Ford Taunus, cinza, o
mesmo José Messias do qual eu tinha uma pontinha de ciúmes.
Após as devidas
apresentações professor Messias nos convidou para entrar e sentar. Dentro
daquele casarão, contrariando minhas previsões, percebemos uma decoração de
extremo bom gosto misturando toques orientais nos encostos dos sofás, pinceladas portuguesas nas porcelanas azuis e uma sutil influência francesa nos vitrais multicoloridos da
porta de entrada e da varanda nos fundos.
Eis que aparece a professora
Maria Helena! Confesso: Fiquei emocionado! Deus foi generoso demais com ela,
mesmo após 45 anos se mantém bela, exuberante e simpática. Esses 45 anos foram nada mais que: um instante no tempo! O brilho no olhar é exatamente o
mesmo de anteontem!
Colocamos nossa conversa em
dia. Falamos de família, de educação e da educação, de valores humanos e dos retratos na
parede. Professor Messias fez questão de me mostrar sua mini oficina para serviços gerais, um luxo!
Na mesa do café percebi que se completavam - feitos um para o outro, eu diria. Que casal maravilhoso!
Na mesa do café percebi que se completavam - feitos um para o outro, eu diria. Que casal maravilhoso!
Ainda houve tempo para o
registro do momento em indispensáveis fotos digitais que, certamente, irão para
a posteridade que servirão pra relembrar um tempo em que havia fadas !
é tudo vero!!Casal encantador
ResponderExcluirMuito legal, fui vizinho e aluno do professor Messias em 1960, que ia de lambreta para a escola; grande professor!!!
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