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Era um lugar pacato, lugar de
gente simples – lugar de gente lutadora – lugar de gente de bem!!
Como toda cidade pequena,
Guapirama também tinha suas particularidades e suas figuras pitorescas. Uma
delas era o Tuniquim. Um homem simples, pobre, de estatura baixa, pele morena,
tinha os cabelos ralos e ruivos (tipo sarará).
Morava sozinho num casebre, sem
água e sem luz, perto da bica d’água do
Odashiro. Lá fazia suas abluções, além de lavar suas roupas e utensílios. Era conhecido por
causa de uma vaca, mestiça holandesa, chamada Malhada, animal que ele tratava
“na mão” e cuidava com carinho e zelo,
afinal, era sua única fonte de
recursos.
Essa vaca gerava sete litros de
leite por dia, inclusive na época da seca. Todos os dias, no final da ordenha, era “batata”: sete litros de leite no balde!
A produção diária ele entregava
para o Zé Bento, que a transportava com sua f4000, até o laticínio dos Teixeira, em
Quatiguá, juntamente com o leite de
outros micro produtores da cidade.
E assim vivia o Tuniquim, sempre cuidando da Malhada. O dinheirinho que recebia, pelo leite, era
suficiente para suas despesas pessoais (que eram poucas).
Pessoas inescrupulosas e maldosas
atiçaram o Tuniquim, dizendo que a vaca era preguiçosa e produzia pouco leite. Uma vaca mestiça holandesa, feito a Malhada, tinha que produzir, no mínimo, 15 litros por dia, diziam. Sugeriram para que ele batesse na teta da
malhada antes da ordenha diária.
Alguns vizinhos, do bem, tentaram demovê-lo
dessa idéia, porém, teimoso e ignorante nem ouvido deu. A partir daí a ganância
tomou conta daquele matuto, e todos os dias, antes da ordenha ele estapeava as
tetas da vaca.
No início o ato surtiu efeito e a vaca passou a produzir mais 1
litro de leite por dia. Não satisfeito ele passou então a dar chutes na teta da
vaca, visando aumentar, ainda mais, a retirada diária. Essa atitude em vez de melhorar a produção
começou a diminuí-la, e quanto menos produzia mais forte ele dava as ”bicudas”
nas tetas da Malhada.
Foi indo, foi indo a vaca parou
de dar leite – secou!
Sem ter mais a produção o Tuniquim
acabou por vendê-la para o açougueiro
João Vida. A Malhada virou bife na mesa de meia dúzia de guapiramenses. Deprimido
o Tuniquim adoeceu. As pessoas maldosas, com seus conselhos fenomenais, nem
notícia!
Nós, feito o Tuniquim, muitas
vezes, somos ludibriados a recolher dinheiro fácil, com propostas mirabolantes
de pessoas com índole duvidosa e caráter questionável.
Reflexão:
Como estamos tratando nossa fonte de recursos? Zelamos por ela, para que sempre tenha condições de gerar nosso leite? Ou metemos o pé nas tetas para esvaziar suas úberes?
Como estamos tratando nossa fonte de recursos? Zelamos por ela, para que sempre tenha condições de gerar nosso leite? Ou metemos o pé nas tetas para esvaziar suas úberes?
Alerta!
Cuidemos de nossa vaca, pode não haver tempo para reparações, e também, pode ser tarde para se fazer algo construtivo.
Cuidemos de nossa vaca, pode não haver tempo para reparações, e também, pode ser tarde para se fazer algo construtivo.
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