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Muito
cedo, aprendeu a se virar sozinho, aos 16 anos tornou-se independente, quer
trabalhando como carpinteiro, quer fazendo corretagens (era bom negociante). Aos
poucos, com a força de seu trabalho, foi fazendo seu pé-de-meia.
Em 1936 apaixonou-se
pelos olhos azuis de uma das filhas do agricultor José Francisco Régio (Zé
Biaggi) de nome Conceição com quem
casou-se 01 ano depois.
Na mesma proporção em
que ia aumentando a família, Zé Queixinho ia fazendo fortuna, situação que se
solidificou ao ganhar o 1º prêmio da Loteria Federal no final
dos anos 50. Adquiriu propriedades rurais e urbanas, construiu um dos primeiros
sobrados de Santa Cruz, na Vila Joaquim Paulino, foi também o primeiro santacruzense
a possuir um aparelho de TV, aliás, seu filho mais velho Ari, foi com outros
dois jovens, os pioneiros da televisão em Santa Cruz do Rio Pardo.
Zé Queixinho tornou-se
tão influente, que, passou a ser assediado por oportunistas em busca de
dinheiro emprestado, além disso, pediam seu endosso em notas promissórias e sua
fiança em empréstimos bancários ou com terceiros. De bom coração, Zé Queixinho
jamais disse não e parecia sentir-se honrado com tal assédio. Essa honraria e esse coração aberto viriam a
prejudicá-lo, financeiramente, para o resto dos seus dias.
Para pagar dívida de
terceiros, num piscar de olhos, Zé Queixinho acabou com todo seu patrimônio, e
pasmem, até a aliança de casamento vendeu para honrar seu nome, inclusive, até
garantia verbal, contam, ele não deixou sem pagamento. Entre não pagar e ficar
pobre, ele preferiu manter a vergonha na cara.
Sem dinheiro e abatido,
em 1966 mudou-se com a família para Mandaguari, estado do Paraná, onde conheceu
a falta de recursos para as necessidades básicas e a miséria total, nesse
período qualquer um teria desistido de tudo, e até da vida, porém, não estamos
falando de “qualquer um” e sim de Zé Queixinho.
Em 1967, num gesto
corajoso e decidido, agarrou-se com sua parceira Conceição, colocaram os filhos
debaixo das asas e rumaram para Ourinhos, tentava assim, reconstruir seu mundo
e, também, ficar mais perto de Santa Cruz.
Precisava acabar de
criar a prole, voltou a ser carpinteiro e continuava a fazer corretagens. Dona Conceição ajudava, muito, com trabalhos
artesanais (crochê) além de exercer a função de rádio-escuta nas Emissoras
Coligadas. É possível que tenham ganho
muito dinheiro, porém, tudo era consumido, afinal, eram muitas bocas para comer, mesmo
com os filhos mais velhos, já, buscando novos
horizontes.
Sempre bem-humorado, não tinha apenas o semblante agradável, acima de tudo, tinha o sorriso na alma. Era grande contador de causos e piadas, todos paravam para ouvir as estórias gostosas (apesar de repetitivas) de Zé Queixinho.
Acreditava fielmente
em Deus e tinha idéias espiritualistas, acreditava, também, na vida após a
morte, usava sempre um ditado mineiro que ratificava essas idéias: “Se esse mundo
é um gambelo - o outro - é de arrepiar o cabelo”.
Falava com orgulho dos
filhos bem sucedidos e torcia para que os demais também se encaminhassem, embora
já tivesse percebido filho debruçado sobre copo com álcool. Apesar dos pesares,
nunca deixou de sorrir, lutar e sonhar. Seus maiores sonhos eram: enriquecer novamente
e voltar para Santa Cruz do Rio Pardo, cidade que ele amava e, talvez, o sonho
de riqueza fez dele um contumaz apostador em jogos e loterias.
Após pouco mais de
dois anos de luta contra o mal de Alzheimer, perdeu sua guerreira Conceição
Régio da Silva, em 21 de novembro de 1992, fato que o abalou profundamente.
Aliás, poucos homens, no mundo, tiveram o privilégio de ter uma companheira
como Conceição, viveu unicamente para ele e para os filhos, ela foi o anjo que
Deus mandou na terra para acompanhá-lo. Era
seu alicerce, esteve sempre presente, na alegria e na tristeza, na riqueza e na
pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os uniu novamente em 20 de
dezembro de 2007 devido a um câncer generalizado.
Não deixou bens a inventariar,
porém deixou uma insofismável lição de vida: “NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS!”
E numa ensolarada
manhã, do primeiro dia do verão, ao som do cantar dos bem-te-vis, na única
fração de terra que lhe restou, e como era seu desejo, foi sepultado no Cemitério
Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo, onde certamente, descansa em paz!!!
Marreco,
ResponderExcluirEu gostava demais do senhor José... Além de tudo era engraçado!
Minucci
È a maior declaração de amor que já li.Parabéns João !!!!!!!!!!! Que Deus continue te iluminando. Bjs de sua prima Lúcia.
ResponderExcluirA gente não chora a toa. Chora por coisa coincidentes que marcam nossa vida até o fim. Parabéns João.
ResponderExcluirSaudades do meu pai-avô!
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