sexta-feira, 16 de agosto de 2013

QUASE UM GLADIADOR!

Hoje me peguei com as mãos na cintura, postura perfeitamente justificável, afinal, percorri cinquenta e tantos dezembros e atravessei algumas dúzias de desertos.

Fica então o questionamento: Valeu a pena?  

Oh, se valeu... Apesar dos contratempos, das cicatrizes e vestígios calejados nas digitais da mão esquerda, valeu a pena sim... As marcas dos meus pés, ainda visíveis, nas ruas de Ourinhos são provas irrefutáveis! 

É evidente que precisei refazer alguns planos de voo, mudei rumos, ajustei o GPS e segui lutando... Sob o signo de touro, perdi às vezes, mas no final, as vitórias foram acachapantes, tipo gol da Alemanha!

A sensação de ser alvo fácil, no centro do combate, há tempos ficou pra trás... Quando parecia sucumbir, eu levantava e seguia... Acionei o gatilho várias vezes - mas não queria abater ninguém (evidências da ausência de inimigos), atirei apenas para tanger os urubus.

Ah, teve a parte em que guerreei com meus próprios conflitos... A palavra 'desistir' foi sequer ventilada e, pensando bem, ela não consta no meu dicionário!

A turbulência de antes virou assustadora calmaria, verdadeira zona de conforto.

Principalmente nos momentos 'britadeira', jamais esqueci que Deus esteve presente, sempre presente.

Se Cecília Meireles, em “Retrato”, não soube dizer em que espelho ficou perdida sua face – a minha, mesmo em momentos embaçados, não se perdeu em momento algum! Ainda hoje ouço os trovões correndo de medo dos meus urros colossais!

Fiquei rico? Depende de qual riqueza... Se riqueza de ouro, dinheiro e outros metais tenho a dizer o seguinte: Sou feliz!

Acho difícil que outros furacões se atrevam, novamente, a passar por mim... Se passarem, tenho as bases suficientemente estaiadas... Estarei preparado! 

Para a lua minguante uivarei lua cheia, lobo que sou! E para espantar as nuvens escuras ligarei para a menina rotulada 'palmeirense', em plena Bombonera. 

Como estou curado dos furacões, trovões e urubus - a chuva não deixou cacos derramados no telhado e o sol quebrou o último parafuso do luar - deixo pra vocês apenas a tinta, sem caneta.




3 comentários:

  1. Marreco,

    Ou vc enlouqueceu ou virou gênio!
    Que bagulho doido!

    Minucci

    ResponderExcluir
  2. Tá aí o tipo de crônica que eu leio e me identifico! É dessas que leio quando tudo tá difícil! Parabéns pai, pelo seu dom!

    ResponderExcluir
  3. Bravos, João! pela trajetória e pela narrativa. Adiante!

    ResponderExcluir