sábado, 26 de janeiro de 2013

DE QUEM É A VIDA, AFINAL?


Esse questionamento é título do filme de John Badham, e traz como ator principal, o espetacular, Richard Dreyfuss. O drama conta a história de um escultor que, após acidente de trânsito, torna-se tetraplégico. Deprimido e sem coordenação motora  (restou-lhe somente a fala), o personagem entra com ação na justiça requerendo o direito de morrer. Quando de seu lançamento, no início dos anos 80, esse filme gerou intensa discussão sobre a eutanásia e o direito de viver ou morrer.

Em 2007, acometido por um câncer generalizado, meu pai, em estado terminal, entre gritos de dor e momentos de lucidez, pesando trinta e poucos quilos, me confidenciou poucos dias antes de sua morte: - “Eu não queria continuar dando trabalho pra ninguém, mas não tenho forças sequer para abreviar o sofrimento de todos que quero bem”! Uma semana depois Deus lhe concede a necessária passagem para o paraíso!

Essa semana, o “direito de morrer” voltou à pauta, em virtude do suicídio do ator Walmor Chagas. Um grande artista, pessoa inteligentíssima, que transbordava simpatia e, mesmo com o avançar da idade, jamais perdeu o jeito de galã. Antes de qualquer julgamento é necessário atentarmos para a declaração da advogada da família: -“Walmor estava com a mobilidade reduzida, diabetes, hipertensão. Ele sempre teve a saúde frágil, mas, de um ano para cá piorou por causa da catarata. Ele era um leitor nato, adorava livros. A impossibilidade de ler deixou-o depressivo e triste"!

A ação jurídica do personagem de Dreyfuss, a afirmação do meu pai e o suicídio do ator Walmor Chagas tiveram objetivos simétricos: Eles não queriam atrapalhar a vida das pessoas; não queriam ser peso pra ninguém! Acreditaram que o fim da vida seria a única solução possível.

Sem aprofundamentos, devido ao meu flagrante analfabetismo com relação à mente humana, resta-me perguntar:

- Que conclusão tirar desses fatos?

- Atitudes compreensíveis?

-Temos totais direitos sobre nossa vida e nossa morte?

A advertência diante desses fatos nos faz pensar que: estando com nossa saúde física e mental em dia e, com a serenidade incrustada em nossas almas, jamais abortaremos a nossa tão bem-aventurada vida - a “nossa” vida – o maior presente que recebemos de Deus!


Um comentário:

  1. É senhor João Neto: - "A mente humana tem razões que a própria razão desconhece!"

    Paulo Carraro Neto

    ResponderExcluir