terça-feira, 10 de setembro de 2013

CAMPARI COM HORTELÃ

Belezas que não se excluem... Lua e Vênus combinaram ir pra balada...  Vestiram minissaias pretas, batom azul sangue, blusas decotadas e pousaram no céu escuro.

O poeta, eu e todos que estavam ao sul da linha do Equador, com as digitais em punho, lançamos flashes de tudo que é lado.

Exibicionistas, insistiram em girar por todo o céu - por toda noite. 

A Lua, com seu dragão tatuado no ombro esquerdo, sem São Jorge ou espada, sorria desvairada, parecia ter tomado Campari com hortelã... Estava linda, exalando Chanel, como as rosas na sala de espera do ginecologista para o teste de papanicolau... Vênus estava discreta, não nas vestimentas, mas nos risos. Quando sentou, sem querer, deixou à mostra a calcinha, da mesma cor do batom... Tinha uma pinta prateada no canto esquerdo da boca.

O poeta tinha razão: Lua e Vênus estavam absurdamente lindas... Vestidas para matar, glamourosas e profanas – E que brilho bacana!

Despudoradas desfilaram até tarde da noite, provocaram sem dizer o preço... Foram vistas, pela última vez, no fim da madrugada... Não traziam mais o brilho das vinte horas. Quase apagadas, estavam mais pra mamangava do que pra surfistinha... Depois se esconderam na sombra esverdeada do dia.

Não deixaram nenhuma notícia ou mensagem no “face” tipo: partiu universo!

Não deram a mínima para nós... No fundo, o que elas queriam, mesmo, era encantar o Sol!


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