segunda-feira, 18 de novembro de 2013

EU E AS NUVENS

Olhei para o céu e senti uma ponta de provocação das brancas nuvens pairando sobre minha cabeça... Não amarelei, vesti minha roupa antichama, coloquei minha espada isolante ao lado do poste, ergui minha escada extensível, criei coragem e fui para a batalha.

As nuvens, mutantes como ninguém, vez em quando tomavam forma de dragões alados, outras vezes pareciam dinossauros e, durante todo o confronto, passaram por muitas transmutações, por fim se vestiram de brancos arlequins.

Eu estava tenso, preparado para uma batalha terrível, enquanto aqueles flocos multiformes rodeavam no meu entorno... Como numa ciranda, deram as mãos e, em silêncio, apenas olhavam nos meus olhos... Aos poucos me hipnotizaram com um bailado embriagador, surreal, quase um sonho!

Quando soltei as amarras e pisei no degrau em que elas estavam ancoradas, aos poucos e suavemente, se afastaram... Medrosas, foram sumindo, uma a uma, e desintegraram-se naquele céu cruzeirense.

Respirei fundo... Aliviado olhei em volta e percebi, na linha do horizonte, a montanha rindo sem parar, além de algumas ovelhas que pastavam no verde azulado do rio, sem contar as formigas em procissão, pelo caminho do gado, carregando suas clorofilas!

No dia seguinte os jornais publicaram fotos, mas, deram pouca importância aos fatos... Falta de espaço, a prisão dos mensaleiros comeu quase meia página! Os jornalistas, como sempre tendenciosos, afirmaram que as nuvens queriam apenas dançar.

Diante de tanta ameaça, achei por bem, lavrar um boletim de ocorrência! Ainda falei para o escrivão: - Deve haver outras nuvens na terra dos arlequins brancos!

Tempo bom em Santo Antônio da Platina, neste instante os termômetros marcam 29 graus!

2 comentários:

  1. Sr. Marreco,

    Lamento informar, mas o senhor andou cheirando orégano!
    Abraços

    Minucci


    ResponderExcluir
  2. tá louco mano, o quê que tá pegando???? kkkkkkkkkk

    ResponderExcluir