terça-feira, 14 de agosto de 2012

IRMÃS DE ALMA


 Por ser filha única a Flávia, ha algum , adotou o pessoal de casa como se fora seus irmãos. Todos a receberam muito bem e ela acabou por se enturmar, apesar de uma afinidade maior com a Regina.

 Eu nasci de uma família numerosa e a grande quantidade de irmãos, ao contrário do que muitos pensam, nunca gerou brigas ou confusões. Alguns desentendimentos corriqueiros, mas nada que estremecesse as relações ou gerasse afastamentos do tipo: “to de mal”!

 Fiquei pensando como seria se eu fosse filho único. Talvez fosse mais triste - talvez mais alegre - talvez mais simpático - talvez sistemático, enfim, não cheguei a uma conclusão provável ou aceitável. 

 Sempre pergunto para a Flávia como é ser filha única, a resposta é quase sempre a mesma: - Normal! Sinto que a resposta é um normal inacabado, inconcluso. Um normal faltando pedaço!

 Fui mais fundo e perguntei: - Se você tivesse uma irmã, que não fosse nenhuma das minhas, quem você gostaria que fosse? 

 A resposta foi automática: - a Estela!

 Antes que eu perguntasse o porquê ela explicou: - A Estela é: humilde, autêntica, lutadora, corajosa, defende a família com unhas e dentes, é parceira. E o mais importante, completou: Tem sinceridade no olhar!

 Essa resposta fechou suas considerações e eu concordei em número, gênero e grau. E olha que eu nem citei sua dedicação ao José no momento mais crítico de sua saúde. Segurou o rojão sem vacilar e, feito um anjo, foi o alívio para os momentos finais do nosso pai.

 Lembramos que, mesmo não sendo a escolhida para a “cavalgada ao luar”, a Estela não guardou ódio ou ressentimentos e, como gente do coração do bem, levou tudo no bom humor.

 A Flávia insiste em dizer que a Estela é sua irmã de alma, e eu acho que é mesmo!



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