domingo, 5 de agosto de 2012

UM INSTANTE NO TEMPO!


 Ataulfo Alves em “Meus Tempos de Criança” cantava a saudade da professorinha que lhe ensinou o beabá, no pequeno município de Miraí, em Minas Gerais, e afirmava no final da canção que era feliz e não sabia.

 Sugestionado, pesquisei e descobri que minha primeira professora, Maria Helena Perin de Britto, ainda morava na cidade onde nasci - Santa Cruz do Rio Pardo, na mesma Santa Cruz do Grupo Escolar Maria Joaquina do Espírito Santo.

 E segui com a Flávia sentido Santa Cruz, não para desenterrar pretéritos, mas para visitar aquela que domou minhas mãos desde os primeiros trêmulos traços até a primeira frase lógica, rabiscada a grafite, no caderno de caligrafia.

 Chegamos ao casarão, onde atualmente reside a professora Maria Helena, logo após o almoço; fazia um sol gostoso, desses sóis de final de inverno, anunciadores da primavera. O mesmo casarão onde nasceu o indigenista Orlando Villas Bôas, mas a história do casarão pouco importava naquele momento.

 Quem nos recepcionou foi uma cadelinha poodle que abanava o rabinho sem parar, em sinal de boas vindas, e pelo também professor José Messias de Britto, um simpático senhor de fartos cabelos brancos, o mesmo José Messias que, nos idos de 67, esperava minha professora na frente do grupo escolar, conduzindo um Ford Taunus, cinza, o mesmo José Messias do qual eu tinha uma pontinha de ciúmes.

 Após as devidas apresentações professor Messias nos convidou para entrar e sentar. Dentro daquele casarão, contrariando minhas previsões, percebemos uma decoração de extremo bom gosto misturando toques orientais nos encostos dos sofás, pinceladas portuguesas nas porcelanas azuis e uma sutil influência francesa nos vitrais multicoloridos da porta de entrada e da varanda nos fundos.

 Eis que aparece a professora Maria Helena! Confesso: Fiquei emocionado! Deus foi generoso demais com ela, mesmo após 45 anos se mantém bela, exuberante e  simpática. Esses 45 anos foram nada mais que: um instante no tempo! O  brilho no olhar é exatamente o mesmo de anteontem!

 Colocamos nossa conversa em dia. Falamos de família, de educação e da educação, de valores humanos e dos retratos na parede. Professor Messias fez questão de me mostrar sua mini oficina para serviços gerais, um luxo! 

 Na mesa do café percebi que se completavam - feitos um para o outro, eu diria. Que casal maravilhoso!

 Ainda houve tempo para o registro do momento em indispensáveis fotos digitais que, certamente, irão para a posteridade que servirão pra relembrar um tempo em que havia fadas !

2 comentários:

  1. é tudo vero!!Casal encantador

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  2. Muito legal, fui vizinho e aluno do professor Messias em 1960, que ia de lambreta para a escola; grande professor!!!

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