quinta-feira, 1 de novembro de 2012

JUAREZ SOARES


 Não dá mais! Estou enojado de ouvir tudo que emana da boca dos atuais comentaristas esportivos da televisão.

 Pra quem cresceu ouvindo os comentários dos cinco tenores da crônica esportiva: Luiz Augusto Maltoni, Loureiro Junior, Mauro Pinheiro, Dalmo Pessoa e Juarez Soares, ter que aturar esses semianalfabetos, de hoje, é como ouvir Michel Teló num ouvido acostumado com Ivan Lins, Oswaldo Montenegro e Renato Teixeira! 

 Ocorre que: Maltoni, Loureiro e Mauro Pinheiro já há algum tempo estão comentando futebol no andar de cima.

 Portanto, gênios - ao alcance das mãos - apenas Dalmo e Juarez.

 Juarez Soares, “O China”, conhece o futebol dentro e fora das quatro linhas. Me refiro ao futebol como negócio milionário e, todas as nuances que o tema sugere. Conhece conceitos e fala com empatia quando chamado a intervir.

 Os comentários de Juarez, além do conhecimento e da consciência do que ocorre no jogo, tem um quê de filosofia pós-moderna.

 As metáforas contidas nas suas intervenções é uma marca pessoal e intransferível, além de uma aula de sabedoria.

 Para um jogo igual, morno, amarrado, que entrava em sua parte final, ele vinha com: “Daqui pra frente é que veremos quem tem garrafa vazia pra vender!”.

 Quando um time apresentava altos e baixos, durante a partida, podíamos esperar: “O time oscilou o jogo todo, entre voos de Águia e mergulhos de Martim - pescador!”.

 Quando a arbitragem errava (erro, não roubo!) para os dois lados, soltava outra pérola: “O mesmo pau que bate em Chico bate em Francisco!”.

Quando determinado jogador ficava dias encostado no departamento médico, sem motivo aparente, ele afirmava:  "Fulano deve estar com tiriça!".

Sinto falta de seus comentários e colocações filosóficas, Juarez!

 Em jogos sem emoções, juntamente com o debochado Silvio Luis, animava os espectadores citando desde Casimiro de Abreu, Cassiano Ricardo e Castro Alves até Shakespeare! Ou pensa que não guardo na memória sua declamação:

- “Auriverde pendão de minha terra,
 Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...”

 Me desgosta, joseense Juarez, ouvir os atuais comentaristas afirmando: - “O jogador Fernando corre tanto que parece ter dois pulmões”!

 O bucéfalo, que proferiu essa infâmia, ainda retrucou: - “Só os médicos tem a obrigação de saber quantos pulmões tem os humanos!”

 Socorro, Juarez Soares, precisamos de você, urgentemente! Ou vou continuar assistindo futebol, na tevê, com o volume em “off”, ah vou!


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