segunda-feira, 16 de julho de 2012

O MAIOR LULA QUE CONHECI!


 Não, o maior Lula que conheci não foi o ex-presidente “companheiro” do Zé Dirceu e Genoíno. 

 O maior Lula que conheci era valente, humilde e parceiro.
 Na verdade o Lula era o nosso lateral esquerdo dos tempos de União da Barra Funda. 

 Era valente porque não fugia das divididas e não tinha medo de cara feia. 

 Era humilde porque tinha uma vida financeira melhor que a nossa, tinha uma profissão definida, bem remunerada (ceramista) e não tratava ninguém com desprezo. 

 Era parceiro porque, se precisasse, podíamos contar com ele, sempre. O maior Lula que conheci tinha nome de imperador romano – Júlio César – isso mesmo, Júlio César Acosta Chimenes.

 Lembro-me que, certa vez, fomos disputar um torneio em Ribeirão do Sul, no final do jogo saiu uma briga generalizada e, como estávamos em menor número, saímos na correria. Só o Lula encarou! Ao vermos sua coragem voltamos para ajudá-lo. Tá certo que levamos uma surra monstruosa, mas serviu de lição aquela atitude do nosso Imperador. Mas não acabou aí! Como nossa Kombi teve todos os pneus furados ele voltou mais tarde com um caminhão, da cerâmica em que trabalhava, e levou-nos embora, todos.

 Ele tinha um defeito grave: fazia muito sucesso com as “minas” e, consequentemente, para nós sobravam apenas as feias. Mas já o perdoamos por isso.

 O Lula via em sua mãe, Dona Lourdes, uma verdadeira santa (eu acho que era mesmo) e falava com muito carinho dela.
 
 Uma das últimas vezes que vi o Lula ele estava arrasado. Contaram que brigou feio com um dos seus melhores amigos - Wilson (Virsão). Para dizer a verdade ele deu uma coça federal no cara. Aquilo o deixou extremamente triste a ponto de levá-lo a arrumar as malas e se mandar para a capital paulista. Foi embora chateado por ter machucado um grande amigo seu. Ficou com o coração ferido ao saber que feriu um amigo. Isso se chamava vergonha na cara!

 Infelizmente soubemos dias depois que o Lula foi atropelado numa avenida qualquer de São Paulo, vindo a falecer.

 Foi embora muito jovem o Júlio César, acredito que foi chamado por Deus, para substituir algum anjo, lateral esquerdo, que tenha entrado com pedido de aposentadoria.

 Ficou gravado para sempre, na minha memória, os dizeres do santinho que me entregaram na sua missa de sétimo dia: “Eu vou para Deus, mas não me esquecerei daqueles a quem amei na terra”!

Eu tenho certeza de que não se esqueceu mesmo!

Descanse em paz meu lateral!

3 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso Neto.Outra vez receba meus sinceros agradecimento.

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  2. Simplesmente maravilhoso Neto.Outra vez receba meus sinceros agradecimento.

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  3. linda homenagem ao nosso amigo ,irmao, LULA...(BRIGUENTO KI SÓ)

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