domingo, 23 de setembro de 2012

"O PALHAÇO"


 Comprei o DVD do filme “O Palhaço”. Havia lido, em algum periódico, que os atores principais eram: Selton Mello e Paulo José.

- Orra meu! Selton Mello e Paulo José? Pode embrulhar, vou levar!

 A fonte principal da trama é o drama enfrentado pelos donos de um circo, convivendo e sobrevivendo, com míseros trocados de uma plateia minguada e não menos miserável. Políticos desatualizados, e oportunistas, tentando aparecer mais que o próprio espetáculo, também.

O nome do circo, "Esperança", nos remete à uma profunda reflexão.

 Os autores, não se esqueceram de registrar o penoso nomadismo do mundo circense e, principalmente, sua decadência. A direção foi do próprio Selton -  impecável!

 O palhaço, de “O Palhaço”, se mostra melancolicamente triste e depressivo, talvez, vendo o circo sucateado ruir feito a, também, sucateada frota de veículos e decadentes estrelas da Companhia. 

 Outro agravante é a falta de recursos e documentos pessoais para aquisição de um simples ventilador que, na estória, é tratado como algo a ser conquistado.

 O cenário, além do circo, são os canaviais de Minas Gerais e seus interiores. Não houve engano, não! Eu disse canaviais de Minas Gerais. Lembram-se da República do Café com Leite do século passado? Pois é, Minas e seus rebanhos leiteiros, também, viraram cana de açúcar ou cana de álcool, assim como, os cafezais paulistas.

 Comprei Selton Mello e Paulo José e, acabei por levar junto, a triste e nua desintegração do mundo do “Respeitável Público” e, ainda, recebi de troco o grande Moacir Franco, na pele de um delegado corrupto.

 O gato bebe leite, o rato come queijo. O palhaço, dentro de instantes, só em sites de pesquisa.

O circo acabou - o sonho acabou!

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