segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O CAIPIRA QUE VIROU SANTO


 -“O que pode prejudicar o, super time, do Palmeiras é ter que colocar em campo seu terceiro goleiro, um jovem inexperiente, Marcos Roberto, para substituir o melhor goleiro do Brasil: Velloso!”

 Realmente, esse comentário de Luiz Augusto Maltoni (o mago da crônica esportiva), naquela tarde de domingo, ratificava o temor dos torcedores palmeirenses. O grande comentarista enganou-se e enganamo-nos todos! 

  O que aconteceu depois é, talvez, a mais espetacular história da carreira de um jogador de futebol. História recheada de grandes vitórias, derrotas, títulos, dramas, risos, admiração, respeito e, por fim, a “canonização”.

  O menino humilde de Oriente, interior paulista, ao ser escalado naquele dezenove de maio de 1996, iniciava sua trajetória pelos campos do mundo.

  Não tenho espaço no papel, nem tinta no cartucho, para descrever suas defesas, a maioria fáceis, outras possíveis, algumas improváveis, muitas inacreditáveis e dezenas de “milagres”.

  Não chamamos de milagre apenas as defesas à “queima-roupa”, as defesas após desvio de trajetória, as defesas em sequência, as defesas de penalidades (principalmente contra o maior rival).

 Chamamos de milagre a unanimidade em um meio contaminado de vermes e parasitas em busca de holofotes, de dinheiro e interesses comerciais. Chamamos de milagre a negativa em desfilar pelos campos da terra da Rainha. 


 Tanto o atleta como o Santo descobriram que a cor do manto sagrado era verde. Preferiu, envergonhado, lutar ao lado dos companheiros, mesmo ganhando três vezes menos, para ajudar a tirar o Palmeiras de divisão inferior.

  Tratava os adversários, torcedores, imprensa, enfim todos, com tamanho respeito e seriedade que o queriam nos seus times, nas suas entrevistas e na suas manchetes.

 Os alvinegros (todos) sonhavam em ter o Santo defendendo seus redutos. Apenas os tricolores,  fingiam não querê-lo, pois, alardeavam possuir um beato dentro de casa.

 Falhas é claro que houve, mas o saldo credor as fez passar despercebidas. Foi derrotado algumas vezes, mas nunca se deu por vencido. Sincero afirma ter sido derrotado pelas contusões, suas dores e complicações. O coração palmeirense o fez pensar, várias vezes, que essas dores pudessem ser suportadas.

 É, Marcos Roberto: o Maltoni estava errado, nós estávamos errados. Não acreditamos que você pudesse substituir, à altura, o MONUMENTAL Velloso. 
 Perdoai-nos – não sabíamos que você era Santo. O nosso: SÃO MARCOS!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário