quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ROMÂNTICO, IMORAL OU BREGA


 Se eu disser que gosto, ou melhor, gostava do cantor Wando é mentira. Nunca comprei nem compraria um elepê ou cd do artista e não o recomendaria a um amigo.

 Mas confesso - já me peguei cantarolando: “Você é luz, é raio, estrela e luar. Manhã de sol...”.

 Ao saber do seu falecimento, antes de fazer qualquer comentário, achei por bem dar uma revisitada em suas “obras”. Algumas verdades e enganos, de minha parte, necessitam de retratação. 

 Sempre o julguei imoral, nem tanto pelas letras de suas canções, que eu mal conhecia, mas pelo artifício vulgar de colecionar calcinhas usadas ou jogar flores para suas fãs - durante as apresentações. Era tudo marketing, descobri.

 Mas voltemos às canções. Aquele compositor que eu sempre julguei banal, brega e sem noção, escrevia - além das canções de consumo popular, rimas pré-fabricadas e sem núcleo filosófico - algumas letras com a delicadeza e sensibilidade de um poeta romântico que lembra, desculpem o atrevimento, Pablo Neruda.

 É sério! E antes que eu seja mandado para a guilhotina me atrevo a transcrever algumas das citações a que me refiro:

 “Toda vez que te vejo, pelos olhos do meu coração, fico    doente de saudade”

 “Te amei suavemente e tão docemente eu me fiz teu rei”

 “No mar de rosas refletindo o céu onde o sol um dia eu vi nascer.   Por trás das pedras, luna de fumaça, e a brisa leve do amanhecer”

 “Posso até flertar alguém por vaidade, abusar um pouco da liberdade. Mas no fundo, eu sei que, a minha metade vive dentro de você!”
  Portanto, caros amigos: Além dos quadradismos, consegui enxergar     requinte nos versos do Wando.
 E para ratificar, deixo pra vocês, duas estrofes da canção “Mordida na maça”.  Veja se não é coisa de gente grande:

“Eu queria me esconder um dia desses

Um comentário:

  1. João, dentro da característica que ele escolheu, acredito que era o melhor.
    Bela crônica .
    Alcir

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