Ao amanhecer, antes de ir para a escola, regava as verduras e escutava a gritaria dos sabiás no alto do mamoeiro.
Naquele quintal, nas noites de primavera, eu ficava horas observando e contando as estrelas - admirando seus brilhos disformes e reluzentes, e confesso: me perdi na contagem, várias vezes, e não me lembro ter, nas mensurações, mais que vinte estrelas.
Eu mesmo colocava os nomes
naqueles pontinhos brilhantes: um eu chamava de estrelinha, outro estrelona; tinha a pérola, o brinquinho, olho de gato, cavalinho, chuvisco, entre outros
que não me lembro mais.
Foi nessa época que iniciei meu namoro, firme, com a Lua, mas ela, esnobe, sempre me tratou com frieza.
Foi nessa época que iniciei meu namoro, firme, com a Lua, mas ela, esnobe, sempre me tratou com frieza.
Não me tornei astrônomo, mas,
tempos depois descobri o nome correto de alguns daqueles pontinhos reluzentes.
Hoje me deu vontade de convidar vocês, pra gente passear por entre minhas estrelas.
Sairemos ao anoitecer, viajaremos até o hemisfério norte e visitaremos a constelação de Andrômeda ou, quem sabe, Cassiopeia. Depois pularemos para o outro lado do muro, no hemisfério sul, e contemplaremos o Triângulo Austral e Centaurus - se der tempo. Visitas à Aldebaran, Antares, Acrux, Regulus e Mimosa serão obrigatórias.
Se tivermos fome, comeremos um “big-mac” em alguma Nebulosa. Quem sabe em Vega a gente encontre um bando de astronautas argentinos para discutirmos Pelé e Maradona, Perón e Collor, Tom Jobim e Gardel ou um outro “hermanito cualquier”!
Temos apenas que tomar cuidado para não cairmos em nenhum buraco negro, eles são milhares, desconhecidos e invisíveis. Se não der tempo de conhecermos alguma supernova, paciência!
Ficaremos acordados até altas horas e se percebermos que está ficando tarde, damos uma ligadinha para justificar o atraso, até lá, quem sabe, a TIM possa ter resolvido seu problema de queda de sinal e de conexão.
Quando os primeiros raios solares romperem o
horizonte a gente pedala mais rápido, para voltarmos antes do amanhecer.
A Lua? Ela já tem dono - essa “podexá” que eu vigio!
A Lua? Ela já tem dono - essa “podexá” que eu vigio!
ótima, adorei
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